OS
RIOS CORREM PARA O MAR
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Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde
correm os rios, para lá tornam eles a correr.
Livro
do Pregador, cap. 1:7.

Salomão, rei, juiz, escritor, pregador e compositor.
Quantos
rios
Fazem
os seus desvios
E
correm para os mares...
O
mar da beleza
É
com certeza
Muito
procurado,
Pois
a matéria desaba
Na
velhice.
O
mar da fama
Acende
a chama
De
muita gente.
“Deslocar-se
velozmente no espaço arrebata o ânimo; fazem o mesmo a notoriedade e o
dinheiro.”
James Joyce, escritor, romancista,
contista e poeta irlandês (1882 - 1941).
Este
mar não é permanente
E
uma enchente
Lança
fora o restolho.
O
mar do dinheiro
Este
é o primeiro
A
ser procurado,
Pois
em todo mar...
Ele
é bem aceito.
Este
mar é uma ilusão,
Pois
ele sai da mão
De
quem não sabe usá-lo.
“Dinheiro e poder, e todas
as coisas pelas quais as pessoas matam a tiros, pouco valem para o homem que
encontrou a si mesmo.”
Hermann Hesse, poeta, romancista e ensaísta alemão (1877 – 1962).
O
mar do poder
Que
se chama o dever
De
muito ser humano,
Voa
no aeroplano
De
interesses escusos.
Este
passa num segundo,
Pois
em todo mundo
Estrelas
caem do céu.

O
mar do direito
É
um preito
Muito
solicitado.
Este
é pesado na balança
Quando
não avança
Na
correção.
O
mar da mentira
Nunca
sai da fila
Dos
rios que se desviam.

Deste
mar...
Nem
se precisa falar,
Pois
está a voar
Nas
asas da negação.
O
mar da falsa paz
Até
hoje apraz
Os
filhos da falsidade.
Este
é um mar fictício
Que
deságua no precipício
Do
deserto.
O
mar da facilidade
Muitos
procuram,
Porque
a felicidade
Tem
que ser obtida
À
custa de qualquer vida.
Este
se enche,
Mas
qualquer enchente
Mata
tal ideal.
O
mar do aborto,
Este
insulto ao Feto
É o
predileto
De
muitas gentes
Que
estão descontentes
Com
si mesmas.
Este
é uma vergonha
Para
quem sonha
Com
o fim de tudo.
O
mar da droga
Que
o ser humano deplora
Recebe
águas diversas...
Este
sofre o entorpecente,
Pois
a sua nascente
Já
nasceu poluída.
O
mar da injustiça
Levanta
a sua crista
E
permanece navegando
Pelos
mares diversos.
Este
mar injusto
Leva
sempre um susto
Diante
dos homens probos.
O
mar da prostituição
Ainda
dá satisfação
Aos
vendedores de corpos e Almas.
Este
mar revolto
Já
está morto,
Pois
é inconstitucional.
O
mar da pena de morte
Continua
sendo o norte
Das
nações que se dizem
Muito
desenvolvidas,
Mas
ceifam muitas vidas
Sem
Ordem Divina.
Este mar
Já
está a secar,
Pois
não se pode matar
Seres
eternos
Que
não morrem nos infernos
De
tal l-e-i.
Estes
rios correm velozes
Para
mares imensos
Cujas
águas voam como os ventos.
Percebe-se
que o mar...
Nunca
se enche
Porque
a sua oferta
É
demasiadamente envolvente.
Mas
tem um porém:
Não
é nenhum João Ninguém
Que
alimenta esses mares mortos,
Que
estão dispostos
Nos
rios evolutivos.
Mas,
o mais importante
É
que num instante
Todos
eles cessam,
Porque
não prestam
Para
a evolução humana.
